sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Memória - Jacques Pilon

Conheça um pouco sobre a História do arquiteto Jacques Pilon, o homem que revolucionou as estruturas e a estética da cidade da garoa, publicada pela revista Casa Vogue de Novembro.

O arquiteto e empreendedor francês Jacques Pilon revolucionou o skyline de São Paulo, na primeira metade do século passado, com uma arquitetura arrojada em edifícios de excelência


O frances Jacques Pilon contribuiu nos anos 1930 aos 1960 com a verticalização de São Paulo e apostou numa arquitetura moderna para a cidade - então taxada de caipira frente  à contemporaneidade do Rio de Janeiro, capital brasileira da época. "Uma das características do trabalho desse profissional era a qualidade de suas construções", lembra o arquiteto Antonio Claudio Fonseca, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Mackenzie. Era um tempo em que a derrocada das elites cafeeiras, a formação de uma burguesia, o adensamento populacional e a efervescência artístico-cultural na capital paulista formavam o cenário propício para o discurso e o desejo de racionalização da arquitetura.
"Morar 'empilhado', naquela época (anos 1930) era raro e inovador", explica o arquiteto Valter Caldana, diretor da mesma instituição de ensino. Influenciado inicialmente pelos estilos eclético e art déco o trabalho de Pilon despiu-se aos poucos do ornamento, tornando-se mais geométrico. A relevância de sua produção está na concepção de prédios residenciais e comerciais na regiãocentral de São Paulo. Ainda que tenha deixado sua marca também no Rio de Janeiro, como a Maison de France, da década de 1950, que abriga os serviços diplomáticos franceses na cidade. Na capital paulista, vale citar o Edifício Santo André, de 1935, um dos primeiros do bairro de Higienópolis, na Rua Piauí. A autoria é de Pilon, e a construção, da Pilmat - associação do profissional com o engenheiro Francisco Matarazzo Neto (1910 - 1980). No térreo vive o artista plástico Ricardo Barreto, especializado em arte digital. "É um privilégio estar numa referência histórica,"considera.
O arquiteto e empreendedor, com trânsito livre pela alta sociedade, tinha bom faro para parcerias. "Se não fosse arquiteto, seria um bom político", opina Jean Louis Pilon, de 82 anos, filho único que não seguiu a carreira do pai. Depois da dissolução da Pilmat, em 1939, passaram pelo escritório de Pilon colaboradores como o alemão Franz Heep e o italiano Gian Carlo Gasperini, coautor do edifício Pauliceia, marco da Avenida Paulista, de 1956. "Pilon era muito bom em desenhar as plantas dos imóveis", lembra Gasperini, 84 anos.
Nascido em 1905 em La Havre, Jacques Émile Paul Pilon veio com a família para o Rio nos anos 1910. O arquiteto formou-se, em 1932, pela Écola Nationale Supérieure des Beux-Arts, em Paris. De volta ao Brasil, logo se fixou em São Paulo. Durante 16 anos, até a sua morte, em 1962, viveu no Edifício São Luiz, na capital Paulista. É um outro importante projeto dessa figura que evoca uma metrópole em construção.

Via Casa Vogue

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